São Tomé das Letras – Trip

3 11 2010

Bem.. como esse blog não é especifico mesmo, e é só um pouco de tudo que faço, vou falar aqui sobre uma viagem que fiz a pouco tempo.

Meu destino foi São Tomé das Letras, uma cidade em cima de uma montanha a 1500 metros acima do nivel do mar.

Fui acompanhado de Abdon Megale, um amigo que já tinha visitado esta cidade antes e sabia tudo o que nos aguardava, e que também é um programador (mas vale lembrar que nessa viagem, se trocamos 3 palavras sobre esse assunto foram muitas).

São Tomé é uma cidade interessante, normal como qualquer outra, e um bando de louco que “cola” na cidade. A cidade vive de turismo e pedreiras, e em qualquer lugar que voce pare, existe uma vista surpreendente para qualquer visitante.

São Tomé mesmo estando tão acima do mar, consegue ter muitas cachoeiras e grutas, muitas mesmo, e uma pequena questão que ficou na minha cabeça é: de onde toda essa aguá vem, mas isso é algo que ainda não tenho resposta e só posso fazer teorias para isso, e o foco da viagem além de diversão também foi meio de reflexão, mas eu falo sobre minhas conclusões em um outro post, enquanto isso, voltamos a viagem.

Fomos na intenção de acampar, até estavamos acampados, mas fomos destruidos na primeira chuva, meu celular que estava no chao da minha barraca ficou submerso, fiquei triste com isso, desmontei o celular, joguei dentro do carro e deixei lá, já com a conclusão que havia perdido meu celular.
Avaliando os estragos, era pior do que pensava, a ponto de abandonarmos o camping e irmos para um pousada no dia seguinte. Não foi tão ruim assim, choveu durante mais algum tempo e estariamos perdido.
Sobre o camping, eu pretendo tentar novamente quando fizer sol, certeza que vai ser melhor do que essa vez.

Algo legal que fiz nessa viagem, foi atravessar uma gruta, e por mais ironico que pode pareçer, atravessei a Gruta das Bruxas no dia 31/10 (Halloween).
Primeiro para chegar na entrada é preciso atravessar um rio com o carro, acho que esse era um bom sinal que seria dificil, mas ignoramos e fomos com a coragem que tinhamos.
Sobre a travessia:
Levamos um guia turistico pra ir conosco, que por sua vez levou um amigo nativo(entenda nativo por moradores locais de São Tomé das Letras) para acompanhar, sem eles não teriamos terminado.
Tudo começa relativamente fácil, passando por varias camaras apenas com lanternas, sem nenhuma luz solar, depois de algum tempo, encontramos o primeiro obstaculo: rapel, dentro de uma gruta, nem é dificil imaginar como seria dificil esse desafio, e depois de algum tempo (quase uns 40 min.) e muito medo, descemos, nesse ponto depois de enfrentar tanto medo, o caminho parecia não ter mais volta, e a unica saida seria o final da gruta.
Mais camaras e mais medo, claustrofobia batendo alto e a vida começa a surgir dentro das cavernas, mas não alguma que eu queria ver, morcegos e aranhas realmente assustam muito quando voce está no escuro com eles.
Pensei que a parte dificil tinha passado, foi quando começa o verdadeiro desafio, o resto da gruta seria em tuneis que estavamos indo rastejando, nem adianta comentar como já estava minha situação nesse momento, sujo com medo e assustado, todas as partes do corpo já eram usadas como apoio e nenhum machucado incomodava mais, foi quando eu e Abdon nos deparamos com um desafio, o buraco que passariamos rastejando não era horizontal, era estreito em vertical, Abdon maior que eu, não conseguiu passar, percebi o desespero dele quando ele decediu voltar, e eu ali, querendo passar, parei por um momento e pensei, “porra, cheguei até aqui, não posso voltar e dizer que nunca terminei essa gruta”. Foi quando mandei Abdon voltar um pouco até um espaço que eu conseguisse ultrapassa-lo, avançei um pouco e mandei o guia voltar enquanto eu e o amigo continuariamos e terminariamos. Nesse ponto, eu já não via mais o guia e o Abdon, e segui em frente, apenas uma lanterna para duas pessoas e um tunel para seguir, eu com certa dificuldade mandei esse cara jogar a lanterna para mim, ela caiu na água e apagou, fiz o sacrificio de acha-la boiando, e nós dois no escuro e morcegos vinham voando, batiam em nós e continuavam, por sorte nesse momento já viamos a luz do final do tunel, fomos em direção a ela no escuro mesmo, tropeçando em muitas pedras, varias poças d’agua, morcegos voando, foi um desespero, e o medo continuou me guiando pra fora dali. Acho que não tem nada mais belo em ver a luz no final do tunel chegando mais perto e quando voce da o ultimo passo pra fora do tunel, já cai em uma queda de água, pequena mas cristalina, meu primeiro pensamento só foi me jogar nela e me limpar.
Depois de sair da gruta, acho que nunca me senti tão aliviado, passei por todos os meus medos naquela travessia, lugares fechados, lugares escuros, aranhas, lugares dificeis de se passar e lugares apertados.
Depois disso ainda dei uma leve caminhada para chegar a entrada da gruta, mas dessa vez subindo as quedas que davama volta na montanha que tinha a gruta dentro, foi onde encontrei novamente o Abdon e o guia, já fora da caverna.
Perguntei como foi a volta, e o Abdon como sempre respondeu “trivial”.
Me lembro também de falar com ele “Cara, foi mal, na adrenalina te abandonei pra terminar a gruta”, mas até ai, nada demais, quando eu teria a oportunidade de atravessar novamente?

Algo que achei incrivel, é que descobri que existe uma cidade onde as pessoas comemoram o halloween, o baile a fantasia foi fantastico, tantas lindas vestidas de bruxas, foi realmente incrivel.

Algo misterioso que encontramos lá é a “Fundação de Harmonia da Arte & Conhecimentos Transcendentais”, a entrada tem algumas estatuas muito interessantes e por fora é possivel ver através das arvores que existe estatuas de dragões lá dentro. A unica coisa que os nativos me falaram é que esse lugar é habitado por umas 40 pessoas que não se misturam com o povo de fora e vivem fazendo sei lá o que. Descobri também que é possivel visitar esse lugar, mas estava fechada para uma convenção, fiquei curioso para saber o que seria uma convenção no lugar desses. Mas este, é um lugar que só visitarei em uma próxima viagem para São Tomé.

Um dos dias, choveu praticamente o dia inteiro, como não queriamos ir a lugar algum nessas condições, fui obrigado (como se eu não quisesse) a ficar no bar bebendo uma cerveja.
Depois de algumas horas lá eu já conhecia mais pessoas do que imaginei que conheceria e conversei sobre muitas coisas com todos.
Entre os personagens que conheci, o mais ilustre foi o próprio Ventania, troquei poucas palavras com ele e continuei conversando com os hippies da cidade(dessa vez já com meu amigo Abdon), fomos para um bar de rock, chamado Rock Bar que ficava no pé de um mirante, e é o ponto de encontro dos loucos da cidade, tinha um hare krishna que nos disse que não se alimentava a 4 meses, tinha um hippie também que tava na trip a 10 meses, desde pernambuco e agora se encontrava em São Tomé, ele me perguntou de uma maneira surpreendente algo como: “Olha pra mim, fala se eu uso droga”, preferi nem responder. Também tinha um outro que estava acampado só a uns 2 meses.

Um ponto legal da cidade, é o mirante, é só o ponto mais alto da montanha dentro da propria cidade com uma estrutura em formato de piramide onde é possivel ter uma visão de 360° à 1500 metros de altura, nem preciso dizer que é lindo tudo que é possivel ver de lá.

Depois de tudo, despedi da cidade já com saudades e tomamos nosso rumo a São Paulo.
E já aviso agora, com certeza irei visitar novamente essa cidade incrível, cheio de pessoas agradaveis, calmas e felizes; onde os bares ainda tocam O Rappa, D2, Legião Urbana e mais um monte de bandas legais; e onde tudo é feito de pedras (literalmente).

E sobre meu celular, durante a viagem de volta, indignado, montei as peças que estavam jogadas no carro e ele incrivelmente ligou sem nenhum problema aparente, me deixando ainda mais feliz depois de uma viagem dessas.

E depois disso, só me resta dizer: São Tomé das Letras, cya!

Em breve eu coloco as fotos que eu conseguir achar da viagem.


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5 responses

3 11 2010
ViniGodoy

Essa é a cidade de onde sai o famoso “Quartzito São Tomé”, que fica em volta de boa parte das piscinas?

3 11 2010
markyhitchhiker

Provavelmente, essa cidade é cheia de predreiras, cheia mesmo.

3 11 2010
Bia

Disse que la o bagulho era locoooooo….rs

3 11 2010
Abdon Megale

Mano o Hare Krishna é o ser mais magro que eu já vi no planeta hahahahaha

hehehe volta a gruta, incluindo o rapel de 6 metros a luz de lanterna com o guia de 16 anos foi trivial devido ao medo de ficar preso no buraco da saida da gruta hahahaha

ta doido, proximo feriado quero só praia!

4 11 2010
markyhitchhiker

hehe.. pode crer, o guia tinha só 16 anos.

‘ta doido, proximo feriado quero só praia!’ agreed

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